Sejam bem-vindos ao meu pequeno e modesto cantinho... Aqui penso “falar” do que mais prazer me dá, assim como para pôr em prática a minha vontade de comunicar e partilhar com vocês as pequenas coisas boas, e menos boas, da vida...

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Sejam bem-vindos ao meu pequeno e modesto cantinho...

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

(Fernando Pessoa)


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO


Dia do Voluntariado: Um movimento que está espalhado pelo mundo.



Nesta sexta-feira assinala-se mais um Dia Internacional do Voluntariado. A data, proclamada há 29 anos pela ONU, visa não só sensibilizar e incentivar à prática do serviço voluntário, como também celebrar o impacto dos voluntários no mundo.

 
Lisboa foi escolhida esta quinta-feira como Capital Europeia do Voluntariado em 2015. O anúncio foi feito em Barcelona (Espanha), cidade que foi a escolhida durante o ano de 2014.
 
Havia três cidades candidatas a receber o estatuto. Além de Lisboa, candidataram-se igualmente Basileia, na Suíça, e Nápoles, em Itália. “Foram assim consideradas questões ligadas com a dinâmica global do voluntariado, as qualidades do trabalho desenvolvido no âmbito deste setor, a relevância do seu papel na comunidade e o reconhecimento conferido ao papel do voluntário”, afirma, em comunicado, o gabinete de João Afonso.
 
“O estatuto de Capital Europeia do Voluntariado pretende promover o voluntariado a nível das políticas locais, dando ênfase às cidades que melhor desenvolvem e acolhem estratégias de participação e envolvimento de parceiros e organizações de voluntários nas suas estratégias de intervenção”, salienta o comunicado.

Voluntariado em Portugal

Em Portugal, o voluntariado tem vindo a aumentar, tanto ao nível das organizações que promovem o voluntariado, como a nível da quantidade de voluntários existentes.
Ainda assim, o número de voluntários em Portugal é reduzido, se comparado à média europeia.
O voluntariado é um ato de cidadania, sendo cada vez mais uma componente importante no percurso de vida das pessoas, contribuindo para reduzir as disparidades sociais e para promover a necessidade e o dever de ajudar o próximo. Para o voluntário é também um ato recompensador, ajudando a alcançar o sentimento de autorrealização.

domingo, 12 de outubro de 2014

Malala: A pessoa mais jovem a ganhar um Nobel da Paz


A paquistanesa Malala Yusufzai tornou-se na passada sexta-feira a pessoa mais jovem (com 17 anos) a ganhar o prémio Nobel da Paz 2014. A jovem foi distinguida por defender a educação feminina, após quase ter perdido a vida a apoiar a causa.
«Apesar da sua juventude, já lutou durante anos pelo direito das meninas à educação e mostrou com o seu exemplo que crianças e jovens também podem contribuir para melhorar a própria situação», afirmou o Comité do Nobel.

O seu nome ganhou destaque ao saber que ela era a menina que assinava com o pseudónimo de Gül Makai, no blog do canal britânico BBC, durante a dominação talibã no Vale do Swat (norte do Paquistão), entre os anos 2008 e 2009.
Foi nessa época em que muitas crianças e sobretudo, meninas, ficaram impedidas de ir à escola. Primeiro pela proibição dos talibãs e depois pelos intensos combates que duraram quase seis meses.
Isso aumentou a sua fama no país e deu-lhe visibilidade internacional, em parte pelo impulso do pai, proprietário de uma escola em Mingora (principal cidade do Vale). Essa mesma fama foi responsável por gerar ainda mais inimizades entre os radicais.
A jovem fez um forte apelo para o direito das meninas a frequentar a escola e explicou como faziam para burlar as proibições dos talibãs na sua região para que continuassem a assistir às aulas, sendo encorajadas por algumas professoras.
O seu discurso - e um comentário considerado provocador no Paquistão, por dizer que tinha como referência o presidente americano, Barack Obama - acabou por provocar a ira dos extremistas, que enviaram homens armados até à região onde morava, em Mingora.
No dia 9 de Outubro de 2012, Malala voltava para casa após realizar exames. Quando o veículo em que estava com outras 15 meninas foi invadido por dois homens armados que perguntaram quem era Malala Yusufzai e, após identificá-la, atiraram sobre ela.

As balas atingiram-na na cabeça e por isso, os agressores acharam que estaria morta, embora tenha sobrevivido.
Após ser transferida com urgência para um hospital de Rawalpindi, próximo à capital do país, a menina foi levada (ainda inconsciente) para o Reino Unido, por conta do medo de que os talibãs quisessem certificar-se da morte dela.

Os supostos culpados, membros da facção talibã que tinha aterrorizado o Swat e que agora se refugiam no Afeganistão, foram detidos há um mês pelo Exército paquistanês.
A partir daí, a recuperação da activista foi lenta, embora as sequelas que o atentado deixou ainda sejam visíveis. Malala foi vista como um ícone internacional devido ao seu discurso nas Nações Unidas.

Antes do Nobel - concedido também a Kailash Satyarthi, activista contra o trabalho infantil na Índia -, Malala recebeu outras condecorações. Entre eles, o prémio Sa

kharov para a Liberdade de Consciência concedido pelo Parlamento Europeu, o Simone de Beauvoir e o Prémio Convivência Manuel Broseta.
A sua biografia «Eu sou Malala» tornou-se um recorde de vendas internacional.

Durante a apresentação da biografia, realizada há um ano em Nova Iorque, a jovem afirmou que gostaria de ser primeira-ministra do Paquistão.

«A melhor forma de lutar contra o terrorismo e pela educação é através da política. Agora sinto que é minha responsabilidade continuar a trabalhar pela educação e falar pelos direitos de quem sofre o terrorismo e de quem não tem voz.»
A jovem também discursou sobre a sua vontade de continuar a estudar para que um dia volte ao Paquistão.

«É o meu país. Ninguém esquece a terra onde nasceu e espero voltar o mais rápido possível», concluiu.
O Paquistão recebeu até agora com frieza e indiferença o destaque da jovem, algo que o Nobel poderia mudar.

sábado, 12 de julho de 2014

San Fermin, Pamplona: a Fiesta eterna

As festas de San Fermin, em Pamplona, são tão míticas como concorridas. Na construção do mito ocupa um lugar central o romance Fiesta, de Ernest Hemingway, um grande romance do século XX.
 
Decorrem na primeira metade de Julho, duram uma semana e há muito que fazem parte da iconografia universal. Nas ruas estreitas da velha capital de Navarra, cheias de homens e mulheres vestidos de branco com lenços vermelhos ao pescoço, são lançados os touros que, pouco depois, hão-de ser lidados na praça da cidade. Há quase sempre feridos depois de cada correria, por vezes mortos. Mas no dia seguinte, no ano seguinte, as ruas voltarão a estar cheias. De muitos espanhóis e de um número crescente de americanos que aqui vêm procurar o perfume de outros tempos, um perfume que anteviram nas páginas de Fiesta, o grande romance de Hemingway, publicado em 1927.
 
A novela do escritor norte-americano, que como quase todas as suas obras tinha uma forte componente autobiográfica, tem conseguido resistir ao tempo porque, como escreveu Jorge de Sena, tradutor da obra para português, é um “documento imperecível de uma época e de um agrupamento humano, mas como autêntica obra de arte, escrita com a mais profunda e devastadora humanidade”.
 
E, no entanto, a sua história é simples, como também notou Jorge de Sena: “Meia dúzia de expatriados (escritores medíocres e, uma lady mais ou menos prostituta, quase todos sempre ocupados in fornication and drink), a vida de “cafés” em Paris e as festas de São Firmino em Pamplona – uma grande e extraordinária obra clássica da literatura norte-americana e um dos mais belos romances do nosso tempo? Pois é verdade.”
 
Com a sua escrita directa, seca, que muitos descreveram como jornalística, Hemingway descreve em Fiesta uma destas loucas corridas à frente dos touros. Hoje há muito mais gente, muito mais turistas e muito mais folclore, mas há uma parte do espírito que o escritor captou nestes breves parágrafos que se mantém intacto.
 


 


 
 


El chupinazo -  San Fermín
 
 
Extrato de Fiesta, de Ernest Hemingway:

Fui apertado contra as tábuas. Entre as duas vedações, a Polícia ia enxotando o povo. A passo ou às corridinhas iam todos enfiando para a arena. Depois, começou a vir gente a correr. Um bêbedo escorregou e caiu. Dois polícias pegaram nele e atiraram-no por cima da vedação. A turba já vinha correndo a valer, houve um grande clamor na multidão, e, metendo a cabeça pelas tábuas, vi os touros saírem da rua para o extenso corredor. Vinham muito depressa e a apanhar a multidão. Nesse mesmo instante, outro bêbedo disparou da vedação com uma blusa nas mãos. Queria capear os touros. Os dois polícias atiraram-se, agarraram-no pela gola, um deu-lhe com o bastão na cabeça, e arrastaram-no para a vedação e ficaram colados a ela, ao passarem o resto da multidão e os touros. Era tanta a gente que corria adiante dos touros que a massa se comprimiu e abrandou a marcha ao atravessar a porta para a arena, e, quando os touros chegaram, galopando juntos, pesados e enlameados, com os cornos a dar a dar, um que ia à frente apanhou pelas costas um homem da multidão correndo, e levantou-o ao ar. Os braços do homem estavam ao longo do corpo, a cabeça descaiu quando o chifre entrou, e o touro levantou-o e depois deixou-o cair. O touro reparou noutro homem a correr à sua frente, mas o homem desapareceu na multidão, e a multidão passara o portão e entrara na arena com os touros atrás. A porta vermelha da praça fechou-se, a multidão dos balcões exteriores apertava-se por entre a dos de dentro, houve um clamor e depois outro.
 
O homem que fora corneado jazia de bruços na lama espezinhada. Pessoas marinharam pela vedação, e não pude vê-lo mais, porque era compacta a multidão à volta. De dentro da praça vinham aclamações. Cada clamor significava que um touro avançava para a multidão. Podia saber-se pela intensidade dos berros a gravidade da coisa que estava acontecendo. Subiu então o morteiro que significava terem as chocas levado os touros da arena para o touril. Deixei a vedação e fiz-me de volta à cidade.
 
Na cidade fui ao café para tomar uma segunda chávena e umas torradas com manteiga. Os criados varriam o café e limpavam as mesas. Um veio saber o que eu queria.
 
- Aconteceu alguma coisa no encierro?
 
- Não vi nada. Um homem foi gravemente colhido.
 
- Onde?
 
- Aqui – e levei a mão ao meio das costas, e a outra ao peito, onde o corno deveria ter saído. O criado abanou a cabeça e limpou com o seu pano as migalhas da mesa.
 
- Gravemente colhido – disse ele. – Tudo por desporto. Tudo por gosto.
 
Foi-se embora e voltou com a cafeteira e a leiteira de longas pegas. Serviu o leite e o café. Saíam de longos bicos em dois fios para a grande chávena. O criado abanou a cabeça.
 
- Gravemente colhido pelas costas – repetiu. Pousou as cafeteiras na mesa e sentou-se numa das cadeiras. Uma grande cornada. Tudo pelo gozo. Só por gozo. Que lhe parece?
 
- Não sei.
 
- Aí está. Tudo por gozo. Gozo, entende?
 
- Não é aficionado?
 
- Eu? Que são os touros? Animais. Animais bravos. – Levantou-se e levou a mão às costas. – Mesmo nas costas. Uma cornada nas costas. Por gozo… está a ver.
 
Abanou a cabeça e afastou-se levando as cafeteiras. Dois homens iam passando na rua. O criado berrou-lhes. Estavam muito circunspectos. Um abanou a cabeça e respondeu:
 
- Muerto!
 
O criado fez que sim com a cabeça. Os dois homens seguiram. Iam a qualquer sítio. O criado voltou à minha mesa.
 
- Ouviu? Muerto. Morto. Está morto. Atravessado por Corno. Por uma manhã de gozo. Es muy flamengo.
 
- Saiu-se mal.
 
- Eu não me saio – respondeu o criado. – Que não vejo gozo nisso.
 
Mais tarde, nesse dia, soubemos que o homem que morrera se chamava Vicente
Girones, e viera das proximidades de Tafalia. No dia seguinte, no jornal, vinha que ele tinha vinte e oito anos, uma herdade, mulher e dois filhos. Mesmo,depois de casado, continuava a vir à fiesta todos os anos. No dia seguinte, a mulher veio de Tafalia para velar o corpo, e no outro dia houve exéquias na Igreja de San Fermín, e o caixão foi levado à estação por membros da sociedade dançante e bebente de Tafalla.
 

sábado, 19 de abril de 2014

sábado, 8 de março de 2014

Conheça a história do 8 de Março

Por que “Dia Internacional da Mulher”? Por que um dia especial para as mulheres? As mulheres já não conquistaram o seu espaço na sociedade? A resposta a essas questões é complexa e envolve a cidadania das mulheres. As mulheres “conquistaram” sim seu espaço, luta essa que aos homens foi desnecessária, posto que já havia um espaço reservado a eles; à mulher, restou a busca por reconhecimento como sujeito de direitos.
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data

Ao ser criada esta data, não se pretendia  apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Ler mais:


FELIZ DIA DA MULHER PARA TODAS AS MULHERES DO MUNDO!

segunda-feira, 3 de março de 2014

Curiosidades sobre o Carnaval



Sabe por que o Carnaval tem datas diferentes todo ano?

O primeiro domingo após o 14º dia de lua nova é o domingo de Páscoa. Ou, o primeiro domingo após a lua cheia, posterior ao equinócio da primavera, é o domingo de Páscoa.

Se o 14º dia da lua nova ou da lua cheia posterior ao equinócio da primavera cair no dia 21 de março e for sábado, o domingo de Páscoa será no dia 22 de março.

Entretanto, se a primeira lua cheia (isto é, o 14º dia após o equinócio da primavera) for 29 dias depois do 21 de março, o domingo de Páscoa só poderá ser 25 de abril, isto é, o mais tarde possível. Como o primeiro dia da lua nova, antes de 21 de março, situa-se, necessariamente, entre 08 de março e 05 de abril, a Páscoa só pode cair entre 22 de março e 25 de abril.

O domingo de carnaval cairá sempre no 7º domingo que antecede ao domingo de Páscoa.

Carnaval, Cinzas e Quaresma


Olhando para o calendário, rapidamente se percebe que é a Páscoa quem rege o Carnaval: a Páscoa é celebrada no primeiro Domingo da lua cheia após o equinócio da primavera, no hemisfério Norte.

Carnaval


O Carnaval é uma festividade popular colectiva, cíclica e agrária. Teve como verdadeiros iniciadores os povos que habitavam as margens do rio Nilo, no ano 4000 a.C., e uma segunda origem, por assim dizer, nas festas pagãs greco-romanas que celebravam as colheitas, entre o séc. VII a.C. e VI d.C.

A Igreja viria a alterar e adaptar práticas pré-cristãs, relacionando o período carnavalesco com a Quaresma. Uma prática penitencial preparatória à Páscoa, com jejum começou a definir-se a partir de meados do século II; por volta do século IV, o período quaresmal caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a Igreja, inclusive por meio do jejum e da abstinência.

Tertuliano, São Cipriano, São Clemente de Alexandria e o Papa Inocêncio II foram grandes inimigos do Carnaval, mas, no ano 590, a Igreja Católica permite que se realizem os festejos do Carnaval, que consistiam em desfiles e espectáculos de carácter cómico.

No séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a evolução do Carnaval, imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras, quando permitiu que, em frente ao seu palácio, se realizasse o Carnaval romano, com corridas de cavalos, carros alegóricos, corridas de corcundas, lançamento de ovos, água e farinha e outras manifestações populares.
 Sobre a origem da palavra Carnaval não há unanimidade entre os estudiosos, mas as hipóteses “carne vale” (adeus carne!) ou de “carne levamen” (supressão da carne) levam-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma. A própria designação de Entrudo, ainda muito utilizada entre nós, vem do latim “introitus” e apresenta o significado de dar entrada, começo, em relação a esse tempo litúrgico.

Cinzas

No dia seguinte, a cinza recorda o que fica da queima ou da corrupção das coisas e das pessoas. Este rito é um dos mais representativos dos sinais e gestos simbólicos do caminho quaresmal.

Nos primeiros séculos, apenas cumprem este rito da imposição da cinza os grupos de penitentes ou pecadores que querem receber a reconciliação no final da Quaresma, na Quinta-feira Santa, às portas da Páscoa. Vestem hábito penitencial, impõem cinza na sua própria cabeça, e desta forma apresentam-se diante da comunidade, expressando a sua vontade de conversão.

A partir do século XI, quando desaparece o grupo de penitentes como instituição, o Papa Urbano II estendeu este rito a todos os cristãos no princípio da Quaresma. As cinzas, símbolo da morte e do nada da criatura em relação a seu Criador, obtêm-se por meio da queima dos ramos de palmeiras e de oliveiras abençoados no ano anterior, na celebração do Domingo de Ramos.

Quaresma

O termo Quaresma deriva do latim “quadragesima dies”, ou seja, quadragésimo dia. É o período do ano litúrgico que dura 40 dias: começa na quarta-feira de cinzas e termina na missa “in Coena Domini” (Quinta-Feira Santa), sem inclui-la.

O sexto Domingo, que dá início à Semana Santa, é chamado “Domingo de Ramos”, “de passione Domini”. Desse modo, reduzindo o tempo “de passione” aos quatro dias que precedem a Páscoa, a Semana Ssanta conclui a Quaresma e tem como finalidade a veneração da Paixão de Cristo a partir da sua entrada messiânica em Jerusalém.

Uma prática penitencial preparatória para a Páscoa, com jejum, começou a surgir a partir de meados do século II; outras referências a um tempo pré-pascal aparecem no Oriente, no início do século IV, e no Ocidente no final do mesmo século.
Nos primeiros tempos da Igreja, durante esse período, estavam na fase final da sua preparação os catecúmenos que, durante a vigília pascal, haveriam de receber o Baptismo.

Por volta do século IV, o período quaresmal caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a Igreja, inclusive por meio do jejum e da abstinência, marcas que ainda hoje se mantêm.
Na Liturgia, este tempo é marcado por paramentos e vestes roxas, pela omissão do “Glória” e do “Aleluia” na celebração da Missa.