Sejam bem-vindos ao meu pequeno e modesto cantinho... Aqui penso “falar” do que mais prazer me dá, assim como para pôr em prática a minha vontade de comunicar e partilhar com vocês as pequenas coisas boas, e menos boas, da vida...
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Sejam bem-vindos ao meu pequeno e modesto cantinho...
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
(Fernando Pessoa)
terça-feira, 10 de novembro de 2009
APROXIMA-SE O SÃO MARTINHO...
O porquê do "Verão" de S. Martinho
Os Santos populares no nosso país são festejados no tempo quente de Verão: Santo António, São João e São Pedro. No Inverno há apenas um, que chega com o frio: São Martinho, que associamos à lenda do Verão de São Martinho e à prova do vinho novo e às castanhas.
Mas saberemos mesmo quem foi São Martinho?
Muito resumidamente podemos dizer que Martinho nasceu no séc. IV em 316 ou 317 D.C., em Sabaria na antiga Panónia, hoje Hungria. Terá sido baptizado, por volta do ano 339. Era filho de um soldado do exército romano e, como mandava a tradição, filho de militar segue a vida militar. Estudou em Pavia, para onde a família foi viver, e entrou para o exército com 15 anos, tendo chegado a cavaleiro da guarda imperial.
E o que sabemos da lenda do Verão de São Martinho?
Quanto à lenda, sabemos que aconteceu num dia de tempestade, em Novembro de ano antigo (provavelmente no ano de 338), no tempo em que Martinho que ainda não era santo, canonizado, era apenas um bravo soldado romano, que andava por umas terras a cavalo no seu corcel.
Numa curva da estrada, Martinho vê uma figura andrajosa, mal abrigada nuns arbustos, estendendo a mão à sua caridade.
O que fazer?
Pois não hesitou a pensá-lo, saltou do cavalo, tomou entre as suas as mãos geladas do mendigo.
Depois, soltou a sua capa militar, é quanto te posso dar – disse ele, entregando meia capa ao desgraçado que vivia sujeito à intempérie.
Feliz com o seu gesto de auxiliar o mais necessitado dos seus próximos, voltou a montar e preparava-se para continuar a Jornada.
Eis que aconteceu o inesperado, aquele dia invernoso transformou-se, as nuvens afastaram-se como as cortinas de um teatro, cessando as chuvas torrenciais e os ventos gelados, de súbito, aconteceu verão.
Diz a lenda que Deus, para que este acto de extrema bondade ficasse registado na memória dos homens, em cada ano, por altura de meados de Novembro, há como que um regressar de um pouco de Estio, um sol quente domina a Terra.
Chamam-lhe, efectivamente, o Verão de S. Martinho, o qual é aproveitado para um magusto, que é uma esplêndida festa em que as castanhas e o vinho novo têm lugar privilegiado.
Daí regista a Literatura Popular o que as pessoas dizem:
O Verão de S. Martinho é bom, mas é Curtinho;
E acrescentam à bondade do gesto do Soldado Martinho, a evocação báquica do 11 de Novembro.
Lembrem-se pois de celebrar o S. Martinho com um bom vinho, de forma equilibrada, na companhia de um cesto de Castanhas, e tenham bom apetite!!
Aqui vos deixo alguns provérbios populares:
- No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
- Mais vale um castanheiro do que um saco com dinheiro.
- Dia de S. Martinho fura o teu pipinho.
- Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
- Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
- Pelo S. Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho.
- Pelo S. Martinho semeia favas e vinho.
- Água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa festa pelo S. Martinho;
- No S. Martinho, bebe o vinho e deixa a água para o Moinho;
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