A
primeira aviadora que atravessou o Atlântico
Amelia
Mary Earhart (Atchison, Kansas, 24 de Julho de 1897 — desaparecida em 2 de
Julho de 1937) foi pioneira na aviação dos Estados Unidos, autora e
defensora dos direitos das mulheres.
A mais
famosa aviadora da América cresceu num ambiente de riqueza e privilégio, graças
ao seu avô materno, Alfred Otis. Amelia, conhecida como Milly, tinha 10 anos
quando viu pela primeira vez um avião, na Feira Estatal de Iowa …e deste disse:
“Era uma coisa de arame ferrugento e madeira e sem qualquer interesse…”.
Foi só
em 1920 que o bichinho da aviação lhe mordeu, quando ela e o pai assistiram a
um “encontro aéreo” em Daugherty Field, Long Beach. De capacete e óculos de
protecção, embarcou num biplano de cockpit aberto para um voo de 10 minutos
sobre Los Angeles. Ficou encantada e pouco depois seguiram-se as lições de
pilotagem.
Em
Outubro de 1922, Amelia deu início à sua participação em tentativas de
ultrapassar recordes e estabeleceu o recorde de altitude para mulheres nos
14.000 pés (4.340 metros). No Outono de 1925, Amelia mudou-se para Boston e
juntou-se à divisão local da Associação Nacional de Aeronáutica. Durante este
tempo, tirou todas as vantagens das circunstâncias de promoção do voo, especialmente
para as mulheres, tornando-se assunto comum nos jornais. O “Boston Globe”
considerou-a “uma das melhores mulheres-piloto dos Estados Unidos”.
O
editor nova-iorquino George Putnam, impressionado com Earhart, organizou a
viagem para que ela se tornasse a primeira mulher a atravessar o Atlântico de
avião, a 3 de Junho de 1928, ainda que como passageira.
Posteriormente
ela casou com ele e Putnam desenvolveu-a como personalidade pública ao ponto de
a 20 de Maio de 1932, quando atravessou sozinha o Atlântico, Amelia ser a
mulher mais aclamada do mundo, considerada herói nacional e recebendo vários
prémios e celebrações.
Uma
viagem sozinha à volta do mundo era a progressão natural, mas uma primeira
tentativa, em 1935, não teve sucesso, quando se despenhou ao descolar perto de
Pearl Harbour. Sem se dar por vencida, depois da reconstrução do seu Electra,
voltou a tentar, partindo de Miami, Florida, a 1 de Junho de 1937.
A sua
rota levou-a por Porto Rico e, depois, pela ponta noroeste da América do Sul para
África, do Mar Vermelho para o Paquistão (mais uma estreia; ninguém antes tinha
voado continuamente entre o Mar Vermelho e a Índia). Depois de alguns atrasos
por causa do tempo, partiu para a Austrália e para Lae, na Nova Guiné. Nessa
altura já tinha viajado 22.000 milhas (35.420 km), faltando-lhe 7.000 milhas
(11.270 metros).
Partindo
tarde a 2 de Julho, Amelia fez o seu último contacto através do rádio às 20:00
GMT para o navio Itasca da Guarda Costeira dos EUA e, apesar de uma operação de
busca no valor de $4 milhões autorizada pelo presidente Roosevelt, que envolveu
66 aviões e 9 navios nunca mais se encontraram vestígios de Earhart ou do seu
avião