O
mundo celebra, esta terça-feira, 27 de janeiro, o Dia Internacional da Memória
do Holocausto, instituído em 2005 por uma resolução das Nações Unidas e adotado
pela União Europeia, no mesmo ano.
A
jornada, que recorda igualmente outros genicídios – Bósnia, Cambodja e Ruanda –
coincide com a data da libertação do campo de concentração de
Auschwitz-Birkenau, na Polónia, há exatamente 70 anos. No final dos anos 40,
vários responsáveis judaicos tinham proposto datas alternativas, como a do
envio dos primeiros judeus de Varsóvia para os campos de concentração em 1942,
ou a data do levantamento do Gueto de Varsóvia, um ano depois. Ambas as datas
seriam abandonadas por coincidirem com outros feriados religiosos judaicos.
Países como a Roménia, optaram por recordar o Holocausto no dia 9 de outubro,
data do início da deportação de judeus romenos para os campos da morte em 1942.
O primeiro dia da
memória do Holocausto
A
primeira cerimónia de homenagem aos cerca de 6 milhões de judeus mortos nos
campos de concentração nazis foi organizada meses após o fim da II Guerra
Mundial, a 28 de Dezembro de 1949. Um ano e meio após a criação do estado
israelita, centenas de restos mortais de judeus eram removidos do campo de
concentração de Flossenburg, nos arredores de Munique, para um cemitério em Jerusalém.
Dois anos depois, o parlamento israelita declarava o dia 27 do mês de Nisan (em
maio, dependente do calendário religioso) como o dia nacional da memória do
Holocausto.
Em
1953, Israel criava o memorial Yad Vashem – memorial das vítimas do Holocausto
– dedicado a homenagear e documentar a história dos judeus exterminados durante
a II Guerra Mundial. O memorial publicou esta semana, num gesto de
reconciliação, uma lista de muçulmanos que salvaram judeus durante o
Holocausto.
Holocaust-Mahnmal (Memorial do Holocausto) |
Polónia
“descobre” 3500 funcionários de Auschwitz
O
dia internacional é assinalado todos os anos com várias celebrações ao longo da
Europa, que recordam igualmente as outras vítimas dos campos de extermínio
nazi, como os homossexuais, as pessoas deficientes, a comunidade cigana ou as
centenas de opositores políticos. Na Polónia, desde 1998, centenas de pessoas
participam numa “marcha dos sobreviventes” de Auschwitz a Birkenau. Mais de um
milhão de pessoas, a maioria judeus, faleceram neste campo entre 1940 e 1945. O
Instituto Polaco da Memória Nacional revelou, na semana passada, ter descoberto
os nomes de 3.500 trabalhadores suplementares do campo de concentração, até
hoje ignorados. A nova lista, com 9.500 pessoas deverá ser revelada, o mais
tardar, dentro de um ano, quando os novos nomes deverão ser transmitidos ao
serviço central de investigação sobre os crimes nazis, baseado em Ludwigsburg,
na Alemanha. 80% dos alemães querem “virar a página do Holocausto. Na Alemanha,
as celebrações deste ano são marcadas por uma sondagem publicada pela Fundação
Bertelsmann que indica que 80% dos alemães querem “virar a página” sobre a data
histórica e que preferem que os governantes do país se concentrem em “temas atuais”.
Segundo o mesmo estudo, Israel e Alemanha continuam a ter visões diferentes
sobre as origens da chamada “solução final nazi”: 67% dos israelitas consideram
que “o amor dos alemães pela autoridade” está na origem do fenómeno, enquanto
61% dos alemães culpam a situação económica e o desemprego que atingiam o país
no início dos anos 40.
A
II guerra mundial teve um impacto terrível entre os judeus europeus. Segundo o
Museu do Holocausto dos Estados Unidos, cerca de 9,5 milhões de judeus viviam
na Europa em 1933, contra apenas 3,5 milhões, em 1950, após o final do conflito
mundial.
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