Sejam bem-vindos ao meu pequeno e modesto cantinho... Aqui penso “falar” do que mais prazer me dá, assim como para pôr em prática a minha vontade de comunicar e partilhar com vocês as pequenas coisas boas, e menos boas, da vida...

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O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem, por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

(Fernando Pessoa)


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

João Almeida da Silva Leitão de Almeida Garret

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu em 4 de Fevereiro de 1799 no Porto e faleceu em Lisboa em 1854 .
É provavelmente o escritor português mais completo de todo o século XIX, porquanto nos deixou obras-primas na poesia, no teatro e na prosa, inovando a escrita e a composição em cada um destes géneros literários.

A vida
Na infância recebeu uma formação religiosa e clássica.
Concluiu o curso de Direito em Coimbra, onde aderiu aos ideais do liberalismo.
Em 1823, após a subida ao poder dos absolutistas, é obrigado a exilar-se em Inglaterra onde inicia o estudo do romantismo (inglês), movimento artístico-literário então já dominante na Europa.
Regressa em 1826 e passa a participar na vida política; mas tem de exilar-se novamente em Inglaterra em 1828, depois da contra-revolução de D. Miguel. Em 1832, na Ilha Terceira, incorpora-se no exército liberal de D. Pedro IV e participa no cerco do Porto.
Exerceu funções diplomáticas em Londres, em Paris e em Bruxelas. Após a Revolução de Setembro (1836) foi Inspector Geral dos Teatros e fundou o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Nacional.
Com a ditadura cabralista (1842), Garrett é posto à margem da política e inicia o período mais fecundo da sua produção literária. Durante a Regeneração (1851) recebe o título de visconde e é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros.


A obra
Tem o grande mérito de ser o introdutor do Romantismo em Portugal ao nível da criação textual - processo que iniciou com os poemas Camões (1825) e D. Branca (1826).
Ainda no domínio da poesia são de destacar o Romanceiro (recolha de poesias de tradição popular cujo 1.º volume sai em 1843), Flores sem Fruto (1845) e a obra-prima da poesia romântica portuguesa Folhas Caídas (1853) que nos dá um novo lirismo amoroso.
Na prosa, saliente-se O Arco de Sant'Ana (1.º vol. em 1845 e 2.º em 1851), romance histórico, e principalmente as suas célebres Viagens na Minha Terra (1846). Com este livro, a crítica considera iniciada a prosa moderna em Portugal.
E quanto ao teatro, deve mencionar-se Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1841) e sobretudo o famoso drama Frei Luís de Sousa (1844).


DESTINO

Quem disse à estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que a ave aprendeu?
Quem diz à planta -"Floresce"!
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?

Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se à flor branca ou à vermelha
O seu mel há-de ir pedir?

Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem...
Ai! não mo disse ninguém.
Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.

Almeida Garrett

6 comentários:

  1. Bom dia Patrícia
    Grande escritor o nosso Almeida Garret!
    Este poema "destino" mexe com o mais íntimo do nosso ser...adorei!
    Obrigada por este momento.
    Um beijinho carinhoso

    margui

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  2. Olá Guida,

    Muito obrigada pelo teu carinhoso comentário.
    Tens razão, este poema é lindo!

    Bjs e aproveita bem este domingo cheio de sol!!
    Patricia

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  3. Olá Patrícia!
    Hoje espreitei este teu espaço de comunicação.
    Gostei muito da evocação de Almeida Garrett e do belo poema "Destino".
    Um abraço com muita amizade,

    Vasco

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  4. Boa tarde Vasco,

    Obrigada pela tua visita e pelas tuas carinhosas palavras.

    Um abraço.
    Patricia

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  5. Olá Amiga!
    Que lindo que é o "Destino"! É de ler e meditar! Sempre gostei deste escritor, desde que me foi dado apreciar a sua leitura. Grata por estes momentos.
    Beijinhos carinhosos,
    Aline

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  6. Bom dia amiga Aline!

    Que bom te ver por aqui!!!
    Obrigada pelas tuas doces palavras.

    Bjs grandes.
    Patricia

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